Geral

Chá de Outono na Pharmacia

Grupo realiza ação em prédio histórico abandonado

(Foto: Cibele Gil / Especial)
Por Rodrigo Netto
26/03/2014 11:28
Atualizado em 18/09/2017 20:36
Licença:
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional
Uma dupla de jovens encabeça um projeto que se chama Paisagem Líquida, e que vem ganhando destaque na cidade e fora dela também, coordenadas pela dupla Anieli Martins e Nauita Meireles, cada vez mais jovens participam das atividades.

Continuar lendo

Publicidade

Uma dupla de jovens encabeça um projeto que se chama Paisagem Líquida, e que vem ganhando destaque na cidade e fora dela também, coordenadas pela dupla Anieli Martins e Nauita Meireles, cada vez mais jovens participam das atividades.

O projeto Paisagem Líquida é uma proposição experimental que se constitui de ações poéticas e intervenções urbanas realizadas na cidade de Pedro Osório/ RS – Brasil. Iniciou em 2012, quando a ação de deambular pela cidade se tornou importante, nos levando ao encontro de objetos / lugares / paisagens que nos direcionam a intervir na realidade da pequena cidade onde moramos.

A fotografia é um dos meios utilizados para dar a ver, para firmar a presença das ações e intervenções, além disso, utilizamos outras formas de registros como o desenho, som e objetos tridimensionais. E é através desses registros que nosso trabalho pode ser exposto. Participamos de várias exposições, na cidade de Pelotas e a mais recente em Porto Alegre, no Acervo Independente.

O CHÁ DE OUTONO NA PHARMACIA, o mais recente trabalho do projeto, foi uma proposta de criar novas relações do sujeito com um espaço ocioso da nossa cidade. Um espaço que no dia 22 de março, serviu como palco para todos que quiseram se manifestar. O sujeito deixa de ser apenas fruidor e passa a ser componente ativo na construção da obra. 

Agradecemos todos que participaram desse recente trabalho, o grupo de Teatro Sátiros, todos os músicos, poetas, artistas visuais, os amigos, os conhecidos, os desconhecidos, os vizinhos...

 

Confira o Manifesto do projeto Paisagem Liquida

 

MANIFESTO

Cidade | Fluxo | Rio | Efemeridade| Espaço móvel

 

Paisagem Líquida

continua chovendo

geladeira boiando na água

casas velhas

mudança

águas passadas

horizonte líquido

 

Uma arte sempre por fazer

A arte deve ser como sentar no pátio em dia de sol ou de chuva

Ou como sentar na frente da casa à noite e tomar mate com a vizinhança

Deve-se querer sempre estar ali, atentos as mutações do jardim e das pessoas daquele lugar

Os jardins deverão ser férteis e as pessoas criativas

 

Um dispositivo

A Arte deve ser um dispositivo para ativar espaços

A arte deverá estar por todos os lugares da pequena cidade

Ou sutilmente empoleirada nas árvores esperando por alguém

Deve-se querer encontra – lá

 

A ação de deambular pela cidade deverá ser o meio desse encontro Objetos/lugares/ paisagens... direcionarão todas as pessoas a intervir no cotidiano da cidade onde habitam

A arte deverá intervir na paisagem e transformar os habitantes daquele lugar, fazer com que encharquem-se de diversas maneiras no rio

A arte deverá transbordar, inundar à todos

O rio correrá dentro das pessoas

 

Uma Arte Contextual

Uma arte que se relacione com o cotidiano e a própria vida

A arte deve ser misturada com o mundo

Deve ser uma proposição e ser constituída de ações poéticas

A cidade deverá ser (re) descoberta através da arte

Todos os espaços deverão ser ocupados, como o rio quando transborda

Esses espaços deverão construir imaginários livres

A arte deverá ser pensada e repensada por todas as pessoas

Todos poderão experimentar e experenciar a arte

Através dessas ações e intervenções no cotidiano citadino, novas relações do sujeito com o espaço urbano deverão ser instauradas. A relação com o objeto artístico também deverá se deslocar, o sujeito deixará de ser apenas fruidor e passará a ser componente ativo na construção da obra.

As ações serão efêmeras, o tempo de permanência das instalações no espaço durará em torno de um dia.

A fotografia deverá ser um dos meios utilizados para dar a ver, para firmar a presença das ações, além disso, outras formas de registros serão utilizadas como o desenho, o vídeo e o som.

 

Um pensamento crítico

A arte no espaço urbano deverá gerar um pensamento crítico nos habitantes

Através dessas experiências coletivas a arte deverá gerar novas leituras sobre o cotidiano e assim todos vivenciarão os espaços de forma a dar novos significados, de forma simples, aproximando e propondo novos sentidos e experiências para os habitantes e para a cidade líquida que habitam.