Chá de Outono na Pharmacia
Grupo realiza ação em prédio histórico abandonado
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Uma dupla de jovens encabeça um projeto que se chama Paisagem Líquida, e que vem ganhando destaque na cidade e fora dela também, coordenadas pela dupla Anieli Martins e Nauita Meireles, cada vez mais jovens participam das atividades.
O projeto Paisagem Líquida é uma proposição experimental que se constitui de ações poéticas e intervenções urbanas realizadas na cidade de Pedro Osório/ RS – Brasil. Iniciou em 2012, quando a ação de deambular pela cidade se tornou importante, nos levando ao encontro de objetos / lugares / paisagens que nos direcionam a intervir na realidade da pequena cidade onde moramos.
A fotografia é um dos meios utilizados para dar a ver, para firmar a presença das ações e intervenções, além disso, utilizamos outras formas de registros como o desenho, som e objetos tridimensionais. E é através desses registros que nosso trabalho pode ser exposto. Participamos de várias exposições, na cidade de Pelotas e a mais recente em Porto Alegre, no Acervo Independente.
O CHÁ DE OUTONO NA PHARMACIA, o mais recente trabalho do projeto, foi uma proposta de criar novas relações do sujeito com um espaço ocioso da nossa cidade. Um espaço que no dia 22 de março, serviu como palco para todos que quiseram se manifestar. O sujeito deixa de ser apenas fruidor e passa a ser componente ativo na construção da obra.
Agradecemos todos que participaram desse recente trabalho, o grupo de Teatro Sátiros, todos os músicos, poetas, artistas visuais, os amigos, os conhecidos, os desconhecidos, os vizinhos...
Confira o Manifesto do projeto Paisagem Liquida
MANIFESTO
Cidade | Fluxo | Rio | Efemeridade| Espaço móvel
Paisagem Líquida
continua chovendo
geladeira boiando na água
casas velhas
mudança
águas passadas
horizonte líquido
Uma arte sempre por fazer
A arte deve ser como sentar no pátio em dia de sol ou de chuva
Ou como sentar na frente da casa à noite e tomar mate com a vizinhança
Deve-se querer sempre estar ali, atentos as mutações do jardim e das pessoas daquele lugar
Os jardins deverão ser férteis e as pessoas criativas
Um dispositivo
A Arte deve ser um dispositivo para ativar espaços
A arte deverá estar por todos os lugares da pequena cidade
Ou sutilmente empoleirada nas árvores esperando por alguém
Deve-se querer encontra – lá
A ação de deambular pela cidade deverá ser o meio desse encontro Objetos/lugares/ paisagens... direcionarão todas as pessoas a intervir no cotidiano da cidade onde habitam
A arte deverá intervir na paisagem e transformar os habitantes daquele lugar, fazer com que encharquem-se de diversas maneiras no rio
A arte deverá transbordar, inundar à todos
O rio correrá dentro das pessoas
Uma Arte Contextual
Uma arte que se relacione com o cotidiano e a própria vida
A arte deve ser misturada com o mundo
Deve ser uma proposição e ser constituída de ações poéticas
A cidade deverá ser (re) descoberta através da arte
Todos os espaços deverão ser ocupados, como o rio quando transborda
Esses espaços deverão construir imaginários livres
A arte deverá ser pensada e repensada por todas as pessoas
Todos poderão experimentar e experenciar a arte
Através dessas ações e intervenções no cotidiano citadino, novas relações do sujeito com o espaço urbano deverão ser instauradas. A relação com o objeto artístico também deverá se deslocar, o sujeito deixará de ser apenas fruidor e passará a ser componente ativo na construção da obra.
As ações serão efêmeras, o tempo de permanência das instalações no espaço durará em torno de um dia.
A fotografia deverá ser um dos meios utilizados para dar a ver, para firmar a presença das ações, além disso, outras formas de registros serão utilizadas como o desenho, o vídeo e o som.
Um pensamento crítico
A arte no espaço urbano deverá gerar um pensamento crítico nos habitantes
Através dessas experiências coletivas a arte deverá gerar novas leituras sobre o cotidiano e assim todos vivenciarão os espaços de forma a dar novos significados, de forma simples, aproximando e propondo novos sentidos e experiências para os habitantes e para a cidade líquida que habitam.